segunda-feira, 7 de novembro de 2011

LA MAISON IRONIE


Contam velhas lendas, mitológicas mesmo, que nosso Prefeito e seu Braço Direito foram ao Jd. Maria Rosa e Jd. Bontempo lá pelo primeiro semestre de 2009 andando pelas ruas e colhendo dados. Viram um carro tunado com pneus gigantes e perguntaram ao dono quanto pagava de IPVA e o quanto pagava de IPTU. Daí tiveram a ideia de justificar o “aumentozarrão” do IPTU com o argumento de que não se podia pagar mais pra ter carro do que pra ter casa.

E isso foi parar até num folheto gerado pelo ATENDE pra nos convencer de que era razoável.

Um antigo morador interpelado pelos mandatários municipais tinha direito à isenção por ser aposentado, contudo perderia esse direito porque seu terreno era maior do que o limite mínimo para isso e o novo IPTU decretaria sua falência, porque a sua aposentadoria não cobriria a despesa. Como queria continuar morando ali, não quis vender a propriedade, que, reconheçamos, é um direito dele.

Receosos de que tivessem problemas porque um dos princípios pétreos da Constituição sobre o aumento de impostos é respeitar a capacidade contributiva da população, fizeram passar na Câmara uma LC que permitia a isenção da área-limite e impunha o tributo para o restante. Claro que tentaram passar a medida como generosidade do governo.

Quando já haviam jogado o carnê em nossos rostos, amigos do Alcaide e de seu Braço Direito me contaram (mas, vale dizer, não assinaram embaixo) que se falava no gabinete que os moradores do Maria Rosa e do Bontempo eram “bem-de-vida”, podiam pagar sim o IPTU “expandido”.

No caso do IPTU desastroso (para o contribuinte), a população até que deu uma resposta rápida, em cerca de quatro meses apresentaram à Câmara projeto de lei de iniciativa popular, assinado por mais de um décimo dos eleitores, cancelando a PGVA distorcida e determinando as medidas necessárias para que nem os tributados fossem lesados e nem o cofre público ficasse prejudicado.

Os vereadores unânimes e silentes terem rejeitado o projeto naquela noite fria e escura de inverno não cancela de maneira alguma o poder de mobilização da população dentro de limites legais e pacíficos. E comprova que não houve discussão porque Suas Excelências já entraram em plenário com a decisão tomada e a cabeça feita. 

Se a intenção foi (e na minha opinião é) produzir uma crise institucional que entregasse a cidade de mãos amarradas aos empreiteiros, corretores e grandes proprietários, agora nossas autoridades têm motivo para estourar champagnes e toneladas de fogos: o primeiro prédio de aptos. do Jd. Bontempo já está vendendo unidades de 2 e 3 dorms. c/suíte e os anúncios alardeiam “breve lançamento”.

Só resta à população, aguardar a chegada dos bate-estacas, dos guindastes e das betoneiras.

Curioso, ou irônico, que na internet ainda não há plantas dos aptos. mas já nos brindam com o foto de uma belíssima piscina à sombra de palmeiras. Será sem dúvida a primeira piscina residencial por ali, uma vez que nenhum “abastado” do pedaço, que eu saiba, tem esse privilégio.

Temos razões para pensar que nosso prefeito, vice, todos os vereadores da época erraram fixando valores de m2 muito acima da realidade, em patamares imaginários, lesivos à população. Os, assim definido pela PMTS, "ricaços" do M.Rosa e do Bontempo talvez não possa comprar o seu apto. com piscina na 'Maison', mas que será vendido, ainda na planta, para gente de fora da cidade, pessoas realmente melhores de vida e de dinheiro para as quais os belos anúncios se dirigem.

Aqui o clima já é de campanha eleitoral, até pesquisa de boca-de-urna estão fazendo, e todos os candidatos até agora têm algo a ver com o IPTU Absurdo, ou porque o geraram e aprovaram, ou porque combateram os crimes nele apoiados ou, vejam só, por representantes das construtoras.

Se isto acontecer, a frase de Walter Penninch, diretor da CONAM, na CEI da CMTS se consagrará e teremos, eleitas pelo povo, as raposas tomando conta do galinheiro.


Nenhum comentário:

Postar um comentário